Policiais Civis rejeitam proposta e decidem parar 100% do efetivo em MT
Investigadores e escrivães estão parados há mais de dois meses em MT.
Governador e secretários vão se reunir nesta sexta para tratar da greve.
Ericksen Vital Do G1 MT
Investigadores e escrivães decidem
manter a greve
em Mato Grosso. (Foto: Leandra Ribeiro / G1)
em Mato Grosso. (Foto: Leandra Ribeiro / G1)
Os investigadores e escrivães da Polícia Civil de Mato Grosso, que estão
em greve há dois meses para reivindicar melhores salários, decidiram paralisar
100% das atividades a partir de sexta-feira (2). A informação é do presidente
do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil e Agentes Prisionais
(Siagespoc), Cledison Gonçalves da Silva. “O movimento vai continuar. A
categoria rejeitou a proposta do governo do estado de fracionar o reajuste
salarial dos profissionais”, declarou nesta quinta-feira (1º), após assembleia
geral das duas categorias.
O secretário de Administração de Mato Grosso, Cesar Roberto Zílio, informou por meio da assessoria de imprensa que ainda não tem um posicionamento oficial sobre a decisão da assembleia dos escrivães e investigadores. Está prevista para esta sexta-feira uma reunião entre Zílio, o governador Silval Barbosa e o secretário de estado de Segurança Pública, Diógenes Curado Filho, para tratar da paralisação dos policiais civis.
Os profissionais vinham mantendo cerca de 30% do efetivo de policiais
civis nas delegacias e nos Centros Integrados de Segurança e Cidadania (Ciscs)
de Mato Grosso. Neste sistema, eram registrados apenas os boletins de
ocorrência de flagrantes de crimes ou delitos. A partir de agora, segundo o
sindicato, os profissionais não devem atender nem ao menos essas demandas
urgentes.
Na terça-feira (30), o governo de Mato Grosso condicionou a apresentação
de uma nova proposta aos escrivães e investigadores à suspensão da greve da
categoria. Pela proposta, os policiais receberiam R$ 3.900 até o fim de 2014, a
partir de um reajuste progressivo anual que começaria em 2011. Investigadores e escrivães buscam aumentar os
salários dos atuais R$ 2.365 para cerca de R$ 6 mil iniciais, mesmo valor pago
aos peritos criminais do estado.
Após constantes decisões de assembleias em manter o movimento, no dia 21
de agosto a Justiça declarou a greve ilegal, com pena diária de R$ 20 mil. No
entanto, a assessoria jurídica dos sindicatos está contestando a decisão
judicial. “Quem vai decidir sobre a greve judicialmente serão nossos advogados.
Nós decidimos continuar o movimento”, comentou Gonçalves da Silva.
A presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia Judiciária Civil de
Mato Grosso (Sindepojuc), Genima Evangelista, disse que as categorias tentaram
negociar com o governo por telefone até durante a assembleia, mas os
profissionais foram irredutíveis em manter a paralisação. "Eles disseram
que só retornariam ao trabalho se a proposta contemplasse o reajuste salarial
acompanhando a inflação do ano". Ela lamentou o fato de as delegacias
ficarem sem policiais. "Infelizmente não houve consenso. Todas as
tentativas de por fim à greve foram frustradas".
Policiais Civis, em Mato Grosso, mantém a greve contrariando decisão
judicial
Mesmo depois de a Justiça classificar como 'movimento ilegal',
investigadores e escrivães da Polícia Judiciária Civil, de Mato Grosso, mantém
a greve por tempo indeterminado.
Aumento Salarial, Escrivão e Investigador PCMT
Entrevista exibida em 29/04/2001 às 19:25
no Jornal MT Record
Reividicação salarial para Escrivão e Investigador da Policia Civil de Mato Grosso.
Reividicação salarial para Escrivão e Investigador da Policia Civil de Mato Grosso.
Investigadores e escrivães ficaram paralisados por 66 dias no estado.
Governo do estado ameaçou suspender
os salários dos grevistas.
Ericksen Vital
Os 1.750 investigadores e os 380
escrivães da Polícia Civil de Mato Grosso voltaram a trabalhar nesta manhã de
terça-feira (6) nas delegacias, após 66 dias de greve. Os servidores públicos
aceitaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo do estado e
decidiram encerrar o movimento grevista em assembleia geral realizada na tarde
de segunda-feira (5).
Agora, o desafio dos profissionais é
por em dia mais de 35 mil inquéritos que ficaram parados durante a paralisação,
conforme estimou a Polícia Civil. O presidente do Sindicato dos Investigadores
de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves, disse que os policiais civis
vão voltar às delegacias para reduzir o prejuízo a sociedade. A partir de terça,
as pessoas vão voltar a conseguir registrar qualquer boletim de ocorrência nas
delegacias do estado. "Vamos trabalhar para diminuir o número de
inquéritos que ficaram parados", comentou.
Proposta
Cada investigador ou escrivão recebe
salário inicial de R$ 2,350 e a reivindicação era para que aumentasse o valor
para R$ 6 mil. No entanto, pela proposta do governo, a remuneração chegará até
R$ 3,900 no fim de 2014, a partir de um aumento progressivo anual.
De acordo com a
proposta apresentada pelo governo do estado, o primeiro aumento salarial será
realizado já no mês de dezembro, passando dos atuais R$ 2,365 iniciais para
2,460. Em maio de 2012, a remuneração passará para 2,706. Um ano depois subirá
para R$ 2,976. Em 2014, ocorrerá dois reajustes seguidos. Em maio, o
salário vai ser de R$ 3,274 e, em novembro, será R$ 3,900,
finalizando o último acréscimo previsto na proposta apresentada. Ainda
pela proposta, o salário final, que hoje é de R$ 5,250, aumentará para 11.079,
daqui a três anos.
A decisão de encerrar a greve saiu
após o governador Silval Barbosa (PMDB) ameaçar retirar a proposta e deixar de
negociar com os grevistas. Além disso, Silval chegou a determinar que PMs e
alunos da academia da Polícia Civil passassem a fazer os serviços no lugar dos
escrivães e investigadores grevistas. As medidas foram criticadas pelos
sindicatos.
A presidente do Sindicato dos
Escrivães (Sindepojuc), Genima Evangelista, avaliou como “irresponsável” as
medidas. “Foi uma irresponsabilidade colocar os alunos sem experiência nas
delegacias”, disse. Os alunos ficaram nas unidades fazendo serviços
administrativos, como registro de boletins de ocorrências.
Contudo, desde esta manhã, os alunos
e os PMs já não estão mais atuando nas delegacias. O governador também chegou a
ordenar o recolhimento de todas as viaturas e armas de fogo dos policiais, que
já foram devolvidas aos servidores públicos após o fim da greve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário