HISTÓRIA DE ILHÉUS
Depois que o Brasil foi descoberto, Portugal se descuidou da sua ocupação, porque o comércio com as Índias era muito mais lucrativo e de retorno mais rápido. Não houve, por parte dos portugueses, interesse imediato nas terras do Novo Mundo.
A partir de 1530 o governo português verificou a impossibilidade de arcar sozinho com a responsabilidade de povoar o território brasileiro, e resolveu seguir os conselhos de Diogo de Gouveia, para dividir o Brasil em quinze lotes, as Capitanias Hereditárias, sistema que já dera certo em determinadas ilhas do Atlântico.
A carta de doação da Capitania dos Ilhéus, a Jorge de Figueiredo Corrêa, foi assinada em Évora, a 26 de junho de 1534. Ela possuía cinqüenta léguas de costa contadas a partir do sul da Ilha de Itaparica. Localizava-se entre os rios Jequiriçá, próximo, a Valença, e Jequitinhonha, em Belmonte.
O donatário, Jorge de Figueiredo Corrêa possuía muito prestígio na corte e não se dispôs a abandonar seu cargo, para aventurar-se no novo país. Enviou no seu lugar um castelhano autoritário, homem de guerra, chamado Francisco Romero.
Não houve dificuldade para Jorge de Figueiredo conseguir dinheiro para organizar a armada; Francisco Romero partiu do Tejo em 1535. Sua primeira parada foi na ilha de Tinharé, onde está localizado o Morro de São Paulo, e foi a primeira ocupação da capitania. Mas os topógrafos da armada descobriram um local que acharam melhor e abandonaram a vila já formada, para ali se estabelecer.
Deram à sede da Capitania o nome de Vila de São Jorge dos Ilhéus, em homenagem ao donatário e por causa das pequenas ilhas existentes ao longo da costa. Sua localização era no cume do atual outeiro de São Sebastião. Seu desenvolvimento foi rápido e, a vila já possuía, em 1556, relativa produção de cana-de-açúcar.
Jorge de Figueiredo se esforçava para desenvolver sua capitania, tanto assim que com este intuito, começou a doar sesmarias a destacadas figuras do reino. Doou a sesmaria do Engenho de Santana a Mem de Sá, que seria mais tarde o terceiro governador geral do Brasil, onde foi construído um engenho de açúcar. Até hoje restam vestígios do mesmo, às margens do rio Santana, na localidade de Rio do Engenho.
Ilhéus tinha tudo para se desenvolver, porque não tinha problemas de dinheiro, nem de colonos, e nem mesmo com os índios, que chegaram até a auxiliar os colonos nos serviços das roças e tornaram-se importantes elementos da defesa da Colônia. O donatário incentivava o comércio de abastados senhores da corte com a Capitania, proporcionando seu progresso.
Com a nomeação do Marquês de Pombal como primeiro ministro da Corte, ele acabou com as Capitanias Hereditárias e em 9 de junho de 1754 Ilhéus passou a pertencer à Coroa Portuguesa. A Capitania, que pertencia a D. Antonio José de Castro, foi trocada por um título de conde.
A primeira riqueza da região foi a extração de madeira, posteriormente, veio a cana-de-açúcar, que consolidaria a colonização portuguesa. Mas foi o cacau, plantado inicialmente em Canavieiras, na Fazenda Cubículo, que traria muita riqueza e desenvolvimento. O cacau foi trazido da Amazônia como planta exótica, por volta de 1746. Só a partir dos anos 1830, é que o produto aparece como fonte de riqueza, na pauta de exportações da Bahia. Foi no final do século XIX, no entanto, que as pessoas corriam para cá, como em busca do eldorado, na tentativa de melhorar de vida, chegando ao acúmulo de riquezas.
A partir de 1530 o governo português verificou a impossibilidade de arcar sozinho com a responsabilidade de povoar o território brasileiro, e resolveu seguir os conselhos de Diogo de Gouveia, para dividir o Brasil em quinze lotes, as Capitanias Hereditárias, sistema que já dera certo em determinadas ilhas do Atlântico.
A carta de doação da Capitania dos Ilhéus, a Jorge de Figueiredo Corrêa, foi assinada em Évora, a 26 de junho de 1534. Ela possuía cinqüenta léguas de costa contadas a partir do sul da Ilha de Itaparica. Localizava-se entre os rios Jequiriçá, próximo, a Valença, e Jequitinhonha, em Belmonte.
O donatário, Jorge de Figueiredo Corrêa possuía muito prestígio na corte e não se dispôs a abandonar seu cargo, para aventurar-se no novo país. Enviou no seu lugar um castelhano autoritário, homem de guerra, chamado Francisco Romero.
Não houve dificuldade para Jorge de Figueiredo conseguir dinheiro para organizar a armada; Francisco Romero partiu do Tejo em 1535. Sua primeira parada foi na ilha de Tinharé, onde está localizado o Morro de São Paulo, e foi a primeira ocupação da capitania. Mas os topógrafos da armada descobriram um local que acharam melhor e abandonaram a vila já formada, para ali se estabelecer.
Deram à sede da Capitania o nome de Vila de São Jorge dos Ilhéus, em homenagem ao donatário e por causa das pequenas ilhas existentes ao longo da costa. Sua localização era no cume do atual outeiro de São Sebastião. Seu desenvolvimento foi rápido e, a vila já possuía, em 1556, relativa produção de cana-de-açúcar.
Jorge de Figueiredo se esforçava para desenvolver sua capitania, tanto assim que com este intuito, começou a doar sesmarias a destacadas figuras do reino. Doou a sesmaria do Engenho de Santana a Mem de Sá, que seria mais tarde o terceiro governador geral do Brasil, onde foi construído um engenho de açúcar. Até hoje restam vestígios do mesmo, às margens do rio Santana, na localidade de Rio do Engenho.
Ilhéus tinha tudo para se desenvolver, porque não tinha problemas de dinheiro, nem de colonos, e nem mesmo com os índios, que chegaram até a auxiliar os colonos nos serviços das roças e tornaram-se importantes elementos da defesa da Colônia. O donatário incentivava o comércio de abastados senhores da corte com a Capitania, proporcionando seu progresso.
Com a nomeação do Marquês de Pombal como primeiro ministro da Corte, ele acabou com as Capitanias Hereditárias e em 9 de junho de 1754 Ilhéus passou a pertencer à Coroa Portuguesa. A Capitania, que pertencia a D. Antonio José de Castro, foi trocada por um título de conde.
A primeira riqueza da região foi a extração de madeira, posteriormente, veio a cana-de-açúcar, que consolidaria a colonização portuguesa. Mas foi o cacau, plantado inicialmente em Canavieiras, na Fazenda Cubículo, que traria muita riqueza e desenvolvimento. O cacau foi trazido da Amazônia como planta exótica, por volta de 1746. Só a partir dos anos 1830, é que o produto aparece como fonte de riqueza, na pauta de exportações da Bahia. Foi no final do século XIX, no entanto, que as pessoas corriam para cá, como em busca do eldorado, na tentativa de melhorar de vida, chegando ao acúmulo de riquezas.
DATAS RELEVANTES:
No ano de 1816, foi constituída a Província da Bahia, dividida nas comarcas da Bahia, Jacobina, Porto Seguro e Ilhéus. A comarca de Ilhéus polarizava Cairu, Boipeba, Camamu, Maraú, Itacaré, Ilhéus e Poxim, com cerca de 75.000 habitantes. Era a região mais povoada da Bahia.
No ano de 1821 chegaram à região cerca de 160 alemães, proletários; vieram se estabelecer com as famílias, e possuíam o ofício de ferreiro, padeiro, relojoeiro, alfaiate, maquinista. A colônia que estabeleceram recebeu o nome “Colônia de São Jorge da Cachoeira de Itabuna”.
Em 1860 fundeava na bacia do porto de Ilhéus uma brigue-escuna da armada imperial, trazendo em sua comitiva, sua alteza imperial e real o arquiduque Maximiliano da Áustria, que foi até a fazenda Vitória, no rio Cachoeira, do austríaco Fernando de Steigger, encontrar-se com seu compatriota. Desta visita ficaram marcadas duas localidades: a ladeira do Príncipe e a serra da Onça, onde nas suas caçadas, Maximiliano abateu uma onça. Na continuação da sua viagem para o México, o príncipe austríaco foi coroado como Maximiliano I do México, e posteriormente foi assassinado pelos súditos revoltados.
No dia 28 de junho de 1881, através da Lei Provincial nº 2.187, a Assembléia Legislativa Provincial enviou ao Presidente da Província, anexo a um memorando, a Resolução que elevava a Vila de São Jorge dos Ilhéus à categoria de cidade. A vila permaneceu com o mesmo nome. A Resolução foi assinada por João Lustosa da Cunha Paranaguá, mais tarde, Marquês de Paranaguá.
A partir de 1890 nenhum outro município conheceu um crescimento populacional tão grande como o eixo Ilhéus/Itabuna. As pessoas chegavam de navio, a pé, em lombo de burro. Entre 1892 e 1920 a população do eixo Ilhéus/Itabuna passou de 7.620 habitantes para 105.892 habitantes, correspondendo a um crescimento médio anual de ordem de 6,98%, enquanto o crescimento da população do Estado no mesmo período era de 1,99% ao ano (Angelina Garcez).
O bispado de Ilhéus foi criado em 20 de outubro de 1913, pela Bula Pontifícia do Papa Pio X, e compreendia 28 freguesias. Em agosto de 1915 chegou o primeiro bispo, D. Manoel Antonio de Paiva.
Também em 1915 foi inaugurado pelo intendente, coronel Pessoa, o Grupo Escolar, primeira escola pública municipal da cidade.
O primeiro porto de Ilhéus foi construído com o dinheiro dos fazendeiros e comerciantes de cacau. O primeiro navio a partir deste porto foi o cargueiro Falco, em 30 de janeiro de 1926.
Em 20 de fevereiro de 1957, foi criada pelo decreto nº 40.987, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC e em dezembro de 1962 foi criado o Centro de Pesquisa do Cacau - CEPEC, com a finalidade de pesquisar e descobrir tipos de cacau com maior rendimento, aumentar a produtividade das fazendas e renovar as roças.
Em 1959 foi criada a Faculdade de Direito de Ilhéus, que se tornou o embrião do que se tornaria mais tarde a Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, juntamente com outras escolas isoladas no eixo Ilhéus-Itabuna. Em 1972, reunidas em Campus, na Rodovia Ilhéus/Itabuna, no município de Ilhéus, pelo Parecer CFE 163/74, os estabelecimentos de ensino foram ganhando maturidade e competência, criando as condições para pleitear o “status” de Universidade. Era mantida por uma fundação de natureza privada.
Em 1989 surge, na Bahia, a doença que se instala nos cacaueiros, denominada crinipellis perniciosa, a “vassoura de bruxa”. Com a queda vertiginosa da produção, aconteceu o empobrecimento dos agricultores e novas atividades estão sendo buscadas, sendo uma das mais importantes, o turismo.
A população regional é formada por vários grupos étnicos, vindos de várias regiões do planeta, para juntarem-se ao habitante local, o índio brasileiro. A influência do índio é muito grande, nos seus costumes, na sua culinária, no nome das suas cidades. Também há influência do negro africano, que chegou aqui, junto com a cana-de-açúcar. Com o cacau, vieram brasileiros nordestinos fugidos da seca, árabes, e europeus de várias regiões e etnias. Ao chegarem, trouxeram seus hábitos, seus costumes, sua força de trabalho, para construir a história de luta e trabalho da região cacaueira do sul da Bahia.
No ano de 1821 chegaram à região cerca de 160 alemães, proletários; vieram se estabelecer com as famílias, e possuíam o ofício de ferreiro, padeiro, relojoeiro, alfaiate, maquinista. A colônia que estabeleceram recebeu o nome “Colônia de São Jorge da Cachoeira de Itabuna”.
Em 1860 fundeava na bacia do porto de Ilhéus uma brigue-escuna da armada imperial, trazendo em sua comitiva, sua alteza imperial e real o arquiduque Maximiliano da Áustria, que foi até a fazenda Vitória, no rio Cachoeira, do austríaco Fernando de Steigger, encontrar-se com seu compatriota. Desta visita ficaram marcadas duas localidades: a ladeira do Príncipe e a serra da Onça, onde nas suas caçadas, Maximiliano abateu uma onça. Na continuação da sua viagem para o México, o príncipe austríaco foi coroado como Maximiliano I do México, e posteriormente foi assassinado pelos súditos revoltados.
No dia 28 de junho de 1881, através da Lei Provincial nº 2.187, a Assembléia Legislativa Provincial enviou ao Presidente da Província, anexo a um memorando, a Resolução que elevava a Vila de São Jorge dos Ilhéus à categoria de cidade. A vila permaneceu com o mesmo nome. A Resolução foi assinada por João Lustosa da Cunha Paranaguá, mais tarde, Marquês de Paranaguá.
A partir de 1890 nenhum outro município conheceu um crescimento populacional tão grande como o eixo Ilhéus/Itabuna. As pessoas chegavam de navio, a pé, em lombo de burro. Entre 1892 e 1920 a população do eixo Ilhéus/Itabuna passou de 7.620 habitantes para 105.892 habitantes, correspondendo a um crescimento médio anual de ordem de 6,98%, enquanto o crescimento da população do Estado no mesmo período era de 1,99% ao ano (Angelina Garcez).
O bispado de Ilhéus foi criado em 20 de outubro de 1913, pela Bula Pontifícia do Papa Pio X, e compreendia 28 freguesias. Em agosto de 1915 chegou o primeiro bispo, D. Manoel Antonio de Paiva.
Também em 1915 foi inaugurado pelo intendente, coronel Pessoa, o Grupo Escolar, primeira escola pública municipal da cidade.
O primeiro porto de Ilhéus foi construído com o dinheiro dos fazendeiros e comerciantes de cacau. O primeiro navio a partir deste porto foi o cargueiro Falco, em 30 de janeiro de 1926.
Em 20 de fevereiro de 1957, foi criada pelo decreto nº 40.987, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC e em dezembro de 1962 foi criado o Centro de Pesquisa do Cacau - CEPEC, com a finalidade de pesquisar e descobrir tipos de cacau com maior rendimento, aumentar a produtividade das fazendas e renovar as roças.
Em 1959 foi criada a Faculdade de Direito de Ilhéus, que se tornou o embrião do que se tornaria mais tarde a Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, juntamente com outras escolas isoladas no eixo Ilhéus-Itabuna. Em 1972, reunidas em Campus, na Rodovia Ilhéus/Itabuna, no município de Ilhéus, pelo Parecer CFE 163/74, os estabelecimentos de ensino foram ganhando maturidade e competência, criando as condições para pleitear o “status” de Universidade. Era mantida por uma fundação de natureza privada.
Em 1989 surge, na Bahia, a doença que se instala nos cacaueiros, denominada crinipellis perniciosa, a “vassoura de bruxa”. Com a queda vertiginosa da produção, aconteceu o empobrecimento dos agricultores e novas atividades estão sendo buscadas, sendo uma das mais importantes, o turismo.
A população regional é formada por vários grupos étnicos, vindos de várias regiões do planeta, para juntarem-se ao habitante local, o índio brasileiro. A influência do índio é muito grande, nos seus costumes, na sua culinária, no nome das suas cidades. Também há influência do negro africano, que chegou aqui, junto com a cana-de-açúcar. Com o cacau, vieram brasileiros nordestinos fugidos da seca, árabes, e europeus de várias regiões e etnias. Ao chegarem, trouxeram seus hábitos, seus costumes, sua força de trabalho, para construir a história de luta e trabalho da região cacaueira do sul da Bahia.
ASPECTOS GEOGRÁFICOS
A cidade de Ilhéus está situada na Micro-Região cacaueira e limita-se ao Norte com os municípios de Aurelino Leal, Itacaré e Uruçuca; ao Sul, com a cidade de Una; a Oeste, Itapitanga, Coaraci, Itajuípe, Itabuna, Buerarema e a Leste, com o Oceano Atlântico.
Em sua costa, a cidade possui algumas ilhas costeiras, como a Pedra de Ilhéus e a Pedra do Rapa, onde se costuma fazer pesca submarina. Possui também, algumas ilhas fluviais, como Mutucugê, no rio Cachoeira, e Frade no estuário formado pelos rios Cachoeira, Santana e Fundão.
O litoral é acompanhado por uma série de restingas, que se interrompem nas embocaduras dos rios; a maioria dos rios é de pequeno porte, mas em grande quantidade por toda a região.
Em Ilhéus encontramos os seguintes morros: Pernambuco, na entrada da barra do antigo porto, São Sebastião, onde se estabeleceram Francisco Romero e seus homens, Boa Vista, Conquista e da Vitória, todos com belas vistas da cidade.
A cidade possui uma única baía na foz dos rios Cachoeira, Santana e Frade. O local é onde funcionava o antigo porto, cuja construção foi iniciada em 1924 por um grupo de capitalistas locais e inaugurado em 1926.
Em sua costa, a cidade possui algumas ilhas costeiras, como a Pedra de Ilhéus e a Pedra do Rapa, onde se costuma fazer pesca submarina. Possui também, algumas ilhas fluviais, como Mutucugê, no rio Cachoeira, e Frade no estuário formado pelos rios Cachoeira, Santana e Fundão.
O litoral é acompanhado por uma série de restingas, que se interrompem nas embocaduras dos rios; a maioria dos rios é de pequeno porte, mas em grande quantidade por toda a região.
Em Ilhéus encontramos os seguintes morros: Pernambuco, na entrada da barra do antigo porto, São Sebastião, onde se estabeleceram Francisco Romero e seus homens, Boa Vista, Conquista e da Vitória, todos com belas vistas da cidade.
A cidade possui uma única baía na foz dos rios Cachoeira, Santana e Frade. O local é onde funcionava o antigo porto, cuja construção foi iniciada em 1924 por um grupo de capitalistas locais e inaugurado em 1926.
Maria Luiza Heine – Licenciada em Filosofia, Especialista em História Regional, Mestra em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Professora de Filosofia e Ética da Faculdade de Ilhéus.
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