sábado, 7 de janeiro de 2012

O Perigo da Alienação – Parte 01


“Não tenho nada a ver com isso!”, “isso não é problema meu!”, “não estou nem aí!”, “religião e política não se misturam!” e tantas outras expressões revelam mais do que uma opinião, revelam um comportamento, uma atitude. A omissão é tão ativa quanto a disposição. Na verdade, quando assumimos a postura de não nos envolvermos, já estamos nos envolvendo de forma passiva, outorgando a outros o poder de decidir. O bem supremo da democracia é que o poder do povo é inalienável, intransferível.

A alienação tem sido uma forte marca da sociedade em nossos dias, pois ela nos faz perder a compreensão real do mundo ao nosso redor e nos torna “alheios” em relação à consciência sobre fatos relevantes. Quando falamos de “alienação”, referimo-nos à perda de consciência e conseqüentemente perda de interesse por assuntos considerados importantes, tais como as questões políticas e sociais.

A forma de trabalho a que o homem é submetido, fazendo-o produzir algo que ele mesmo não conhece ou não participa do processo completo, o aliena e o “coisifica”. O consumo também torna-se uma prática alienante, pois este é feito de forma manipuladora e inconsciente através de necessidades geradas artificialmente pela mídia. A relação do homem com o mundo, portanto, tornou-se uma relação alienadora.

A própria religião pode tornar-se um fator de alienação, pois ela tem o poder de manipular e “narcotizar” quando tira o foco de Deus e de Sua Palavra e o coloca em imagens de esculturas ou mesmo em personalidades humanas.

Deus criou o homem como um ser integrado consigo mesmo, com o mundo ao redor e com o mundo espiritual – por isso o dotou de corpo, alma e espírito. Com o corpo nos relacionamos com o mundo ao nosso redor; com a alma, relacionamo-nos conosco mesmos, através dos sentimentos, vontades e percepções; e com o espírito, podemos relacionar-nos com o Criador.

Quando o pecado entrou na raça humana, a primeira e mais devastadora conseqüência foi a morte, que significa “separação” ou “alienação”! O homem tornou-se um ser alienado de Deus, da natureza e de si mesmo.

Hoje, infelizmente, ainda é muito comum ouvirmos devotados e sinceros servos de Deus com uma concepção dicotomizada, dizendo que não podemos misturar política e religião. De fato algumas experiências históricas nos mostram que essa mistura pode ser perigosa na medida em que os interesses de uma organização ou clero religioso se tornam mais importantes do que os valores do Reino de Deus que Jesus veio implantar na terra.

No entanto, é importante notarmos o que a Palavra de Deus declara:

“Quando triunfam os justos, há grande festividade; quando, porém, sobem os perversos, os homens se escondem” (Provérbios 28.12).

“Quando sobem os perversos, os homens se escondem, mas, quando eles perecem, os justos se multiplicam” (Provérbios 28.28)

A redenção em Cristo traz de volta as relações que o homem perdeu no pecado e isso implica em envolvimento com o mundo ao redor, inclusive com as questões políticas. Aquela imagem do cristão irrelevante e passivo, confinado a um “gueto religioso” dentro de um “prédio religioso”, com um “livro religioso” debaixo dos braços, cantando “músicas religiosas” e “falando assuntos religiosos” tem que acabar com o surgimento de uma nova geração que deseja ver Deus tocando a Nação e sarando a terra por meio de uma igreja atuante, militante – uma igreja com voz profética relevante e tenacidade apostólica.

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Efésios 2.20)

No profético temos as visões de Deus, mas no apostólico cumprimos a visão. No profético compreendemos os planos divinos, mas no apostólico trazemos o governo divino. No profético nos movemos no mundo invisível, no apostólico nos movemos no mundo físico, materializando o mundo do espírito.

Continua…

Marcos Arrais


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