quarta-feira, 18 de julho de 2018

POÇOS À MANIVELA

Engenheiros dos tempos modernos, depois de descoberta da eletricidade, inventaram a bomba dágua. Mas, antes disso, tirávamos água de nossas cisternas com uma engenhoca chamada manivela. Muitas vezes, em algumas regiões, no período das secas, os poços iam sendo utilizados por tanta gente que, nalgum momento, a lata que era usada começava a vir com sua borda suja de argila. Esse era um mau sinal. A água estava acabando, o poço seria exaurido brevemente e já não serviria mais para nada.

Pastores são como esses poços. Embora homens semelhantes a qualquer um, Deus lhes outorga autoridade espiritual e moral para que se tornem poços em meio a um deserto. É o cajado posto na mão de um homem que faz dele alguém diferenciado no meio dos demais. Quem lhe dá o cajado não é a faculdade teológica ou os dons naturais ou espirituais que ele possua. Um pastor de verdade somente pode ser forjado na bigorna do céu e quem lhe dá o cajado é o próprio Deus. E as pessoas os procuram na intenção de lançar a lata no fundo e trazê-la de volta contendo uma água cristalina capaz de saciar suas necessidades espirituais.

Pastores poços podem promover passagens, permitir práticas preciosas, partilhar pão. Pastores poços podem pintar paisagens, pensamentos; podem plantar poemas, projetar princípios, promessas. Pastores poços param pavores para promoverem perseverança. Pastores poços partilham pontos do poder do Pai, promovem paixão pela Palavra, ponderam piedade, presenteiam pessoas. Pastores poços projetam possibilidades; precisam procurar pureza. Pastores poços pedem pistas, prosseguem com pactos, persuadem pessoas para o Pai.

Porém, pastores poços, muitas vezes, se sentem exauridos. Cada um vai chegando e tirando água, tirando água, tirando água. A lata vai se lameando com a argila do fundo. Mas as pessoas continuam tirando água, água e mais água. Um dia a lata se enche de terra molhada, cascalho e outras quinquilharias do fundo. E as pessoas poderão dizer: vamos encontrar outro poço, pois esse se exauriu.

A maioria dos homens a quem Deus deu o cajado e confiou sua Noiva vai se sentir exatamente assim num determinado momento de sua vida. Exaurido e esgotado. Todo o mundo que o procurou buscando ajuda bombeou vigorosamente sua água como se drenassem algo de dentro dele. Finalmente, ele chegou ao ponto final. Não há mais água; somente argila. Ele não tem mais nada pra dar. Exauriu-se. Pastores são como poços à manivela. Poucos o buscam para “fazerem uma manutenção” cavando mais um pouco, limpando seu fundo, esperando que novas águas cheguem antes do exaurimento. Poucos; poucos mesmo. Pouquíssimos. No fim, mais um poço descartado e abandonado porque os veios hídricos se fecharam em razão de a demanda ter sido maior que a reposição.

O pior que essa água muitas vezes vai pra quem não necessita dela de fato. Muitas vezes essa tão preciosa água é desperdiçada por meninos na fé que como crianças recusam-se a amadurecer e, brincando com o líquido precioso, vão exaurindo o poço. E, então, momentos vão chegar nos quais quem realmente tem sede vai procurar água e poderá encontrar somente argila. E argila não mata a sede. Pelo contrário, argila seca-se e endurece. Resultado: água que foi desperdiçada por uns seria extremamente necessária a outros. No final, faltará para todos.

Reflitamos sobre isso e lembremos que pastores são como poços à manivela.

Que o Senhor nos abençoe!!

Pr Diógenes Sousa

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